30/11/2008

BLOGAGEM COLETIVA PELOS DIREITOS HUMANOS




A Declaração Universal que, em poucos dias, celebrará o seu 60º aniversário prevê que nenhum ser humano será discriminado com base em género sexual, etnia, ideologia, orientação, ou qualquer outro atributo pessoal ou social. A separação entre negros e brancos, nacionais e estrangeiros, homens e mulheres, pobres e ricos, teístas e ateístas, esquerdas e direitas servem como instrumentos que amputam uma parte da humanidade.Como um corpo único, estamos todos interligados, unidos, conectos seja através de uma força cósmica, um Deus uno, ou um planeta em sofrimento.


Somos uma Humanidade que reside num país chamado Terra.Por isso, este ano, tal como ocorreu no ano passado, bloggers de língua portuguesa são convidados a participar numa campanha de Blogagem Coletiva pelos Direitos Humanos, este ano a campanha será PARA TODOS NÓS! Pois todos nós, juntos fazemos a Humanidade!


Aliás Dignidade e Justiça para todos nós! é o slogan do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo que os selos, que em mui breve estarão disponíveis, refletirão esse mesmo espírito.Por isso, divulgue a campanha.


A luta, simbolicamente, começa hoje, novamente, mas não pode terminar!


Estamos nesta, unidos, pela dignidade, pela justiça, para todos nós!


Dia 10 de Dezembro, unidos.


Amigos, copiei este texto na íntegra do blog Consciência e Vida da Jeanne que, por sua vez, copiou do Fenix Ad Eternum onde quem quiser participar deverá confirmar.


A causa é mais do que justa.

27/11/2008

CONTINUAÇÃO

MEU PAI – SEU PAI - NOSSOS PAIS
(segunda parte)



Antes disso, eu fui seminarista. É verdade! Já quis ser padre um dia! E era vocação mesmo! Minha mãe é do tipo de católica que não freqüenta a igreja; minha avó rezava muito em casa, mas raramente ia à igreja e meu pai era ateu e se dizia comunista. Mas como era um homem com bom nível cultural, tinha muita amizade com alguns padres de um seminário que havia perto de casa. E eu era carola, freqüentava a igreja regularmente, dava aulas de catecismo e queria mesmo ser padre. Nesse ponto meu pai não se opôs. Permitiu e até pagava, pois segundo ele o seminário era o melhor lugar para adquirir cultura.

Já no seminário, eu comecei a tomar aulas de piano e o professor precisava ser pago. Daí, escrevi para os meus pais contando sobre isso e pedindo que me enviassem o dinheiro para as aulas. Ele proibiu. Simplesmente não permitiu que continuasse com minhas aulas e se recusava a pagar o professor. Foi um dos primeiros micos que paguei. Só fui saber porque depois do episódio das aulas de pintura, quando ele me jogou na cara que uma vez eu já havia querido aprender a tocar piano, instrumento de mulheres; e agora estava querendo pintar, coisa de mulherzinha...

Muitas coisas aconteceram entre nós durante os vinte anos em que vivemos juntos! Se fosse contar todas acabaria escrevendo um livro. Mas desde pequenininho, lembro claramente dele espancando a minha mãe. Ele era extremamente ciumento e por qualquer motivo, espancava com gosto. Algumas vezes eu me enfiava no meio dos dois, gritando, desesperado, pedindo que ele parasse com aquilo e acabava apanhando junto com ela. Até o dia em que, já cansada de tanta violência, simplesmente arrumou as malas e foi embora de casa, após uma surra onde ficou toda machucada.

Nessa época eu estava servindo o exército em uma cidadezinha do interior de São Paulo. Quando fui para casa no final da semana, encontrei minha avó me esperando no portão para me contar, chorando, o que havia acontecido. Minha mãe estava na casa de uma tia, procurando uma casa para morar junto com a minha avó. Enquanto isso, ela (minha avó) havia ficado com meu pai, pois queria ela mesma conversar comigo a respeito. Bem, eu não tinha condições de fazer nada, devido ao serviço militar. Então, terminei aquele ano e voltei para casa. Continuei morando com meu pai, arranjei emprego e fui estudar à noite. Pouco tempo depois, minha avó morreu e minha mãe ficou sozinha. Então, conversando com meu irmão, que é mais novo, resolvemos que eu iria morar com a minha mãe e ele, que sempre foi descaradamente o preferido do meu pai, ficaria morando com ele. Assim, cada um deles ficaria com um filho.

Quando fomos conversar com ele a respeito da nossa decisão, ele não nos deixou falar. Apenas disse que, se um dos dois saísse de casa, que esquecesse que tinha um pai. E eu fui morar com a minha mãe! A partir daí, ele nunca mais me recebeu em casa! No mínimo saia, quando eu avisava que iria visitá-lo. Até um dia em que encontrei o portão trancado à chave e a empregada disse não ter permissão de me deixar entrar. Que eram ordens expressas do meu pai que eu nunca mais entrasse naquela casa. Saí Dalí chorando muito, me sentindo humilhado, sem saber o que fazer. Aos poucos fui me acostumando e acabei desistindo de procurá-lo, pois nem ao telefone ele falava comigo.


CONTINUA...

25/11/2008

MEU PAI – SEU PAI – NOSSOS PAIS
(primeira parte)

De vez em quando leio algo sobre pais e seus relacionamentos com os filhos. Alguns mostram relacionamentos amigos, bonitos, tranqüilos. Outros mostram qualidades que diferenciam os pais, mostrando o carinho e a admiração dos seus filhos. No geral, não são diferentes de tantas histórias que vamos ouvindo ao longo das nossas vidas. Eu mesmo poderia contar inúmeras histórias envolvendo o meu próprio pai. Mas o resumo da minha vida com ele é até um pouco banal.

A única coisa que ele fez por mim e até hoje eu não consigo entender por que, foi ter me ensinado a ler muito cedo. E em toda a minha infância e adolescência, os únicos momentos em que o senti mais perto de mim, embora com certa tirania, era quando se sentava ao meu lado para me ensinar a ler e a escrever. Aos seis anos eu já lia e conseguia escrever quase que normalmente. Quando passei do Jardim da Infância (na época ainda era assim que se chamava) para o Primário, minha professora não se conformava com meus conhecimentos e minha capacidade de ler e escrever. Eu era o melhor aluno da turma (aliás, fui o melhor aluno durante todos os anos básicos) e uma sensação entre os professores. E além de inteligente, era também bastante bonitinho... risos. Daí, tanto sucesso. Até os coleguinhas me respeitavam e viviam me bajulando para ensinar-lhes aquilo que não conseguiam aprender.

Fora esse período de aprendizado, que de certa forma foi imposto por ele, nunca tive uma atenção especial, um sorriso, um abraço, um carinho. Mas aprendi com ele a gostar de livros e a respeitar as palavras e a língua portuguesa. Reconheço aí uma herança e tanto!

Eu sempre adorei desenhar. E meu pai sempre se opôs a isso. Lembro que ainda muito novo, uns três ou quatro anos de idade, rabisquei toda uma parede lateral da nossa casa com lápis. E jamais esqueci a surra que levei.

Como era bastante curioso, eu revirava as gavetas, os armários, em busca de novidades. E encontrei o grande segredo do meu pai! Ele se trancava na sala de jantar, acho que nas tardes de sábado e em algumas noites da semana e ninguém, nem mesmo minha mãe sabia o que ele ficava fazendo lá. Pois é! Um dia ele esqueceu a gaveta da escrivaninha dele aberta e eu descobri, para minha surpresa, várias folhas com desenhos de lindas mulheres nuas. Ele gostava de desenhar! Não sei explicar por que, mas até hoje guardei esse segredo. Nunca comentei com minha mãe, meu irmão ou minha avó que morava conosco. E esse foi, para mim, o único segredo que eu partilhei com meu pai, mesmo sem ele saber. Acontece que, à medida que fui crescendo e aprimorando os meus desenhos, ele começou a tentar me impedir de desenhar. E conseguiu, durante um bom tempo. Mesmo hoje, embora reconheça que tenho um bom traço e desenhe muito bem, encontro enormes dificuldades para desenhar ou pintar. Talvez por isso trabalhe com artistas...

Quando eu já estava no segundo ou terceiro ano do Ginásio, fiquei amigo do Cotrim, que tinha aulas de pintura. Quando ia estudar na casa dele, eu ficava maravilhado com os quadros que ele pintava e comecei a querer aprender também. Fui com meu amigo ao atelier do cara que o ensinava e anotei todos os dados necessários. Fui para casa, feliz da vida e, quando meu pai chegou, conversei com ele sobre as aulas de pintura, o valor da mensalidade que deveria pagar, etc.. Nem mesmo pude terminar a conversa, bruscamente interrompida por ele que me proibiu terminantemente de desenhar e pintar, pois isso “era coisa de mariquinha, de mulherzinha” (era assim que se falava na época). Essa foi uma das minhas primeiras e maiores decepções. Ainda mais por saber do segredo dele, que desenhava escondido. Acabei achando que meu pai também era mariquinha... e nunca mais desenhei ou pintei!



Crédito: desenho realizado por Beti Timm, em caneta esferográfica sobre papel, generosamente inspirado em uma foto minha.

21/11/2008

OUVINDO BACH

- Terça-feira, final da tarde, em casa:

Uma amiga aparece para uma visita e para devolver o Livro "O 3º Travesseiro", de Nelson Luiz de Carvalho, que havia lhe emprestado há dois dias.

Espantado com a rapidez da leitura, perguntei o que achou do livro.

- Eu só li o começo, mas o assunto...

- ... ???

- É! Eu não curto esses assuntos... (voz embargada).

- Mas, Miriam... Você é tão aberta, tão bem informada... o que especificamente te incomodou no livro?

- Eu prefiro não falar sobre isso (olhos úmidos, voz quase sumida).

Levantei para mudar o CD e ela pediu que mantivesse Bach. A conversa não fluía. E somos bons amigos, de longa data! Levei-a para a cozinha, comecei a preparar um café e servi um delicioso bolo de cenoura, coberto com chocolate, que ela adora. Ao fundo, o som inconfundível de Bach.

- Sabe por que eu não quis continuar lendo o livro?

- ...???

- É que tenho um problema que não comento com ninguém, mas minha alma anda angustiada e, se não desabafar, acho que vou enlouquecer.

- Se quiser conversar a respeito...

Num rompante, ela colocou para fora tudo o que estava machucando o seu coração. Chorou bastante - desabafou.

Depois que se acalmou um pouco, argumentei:

- Se o seu filho está bem e é feliz, acho que não existem problemas. Apenas o seu orgulho de mãe está ferido por imaginar nunca ter uma nora, ou netos correndo pela sua casa. Por outro lado, ele é um rapaz excelente, estudioso e trabalhador. O amigo dele também parece ser uma pessoa de bem, dono do seu próprio negócio e respeitado por todos que o conhecem. Se eles se sentem bem juntos e se isso faz o seu filho feliz, por que lutar contra? Você o ama e quer o melhor para ele. Será que o melhor não é viver esse relacionamento? Se ele conversou abertamente com você, ele não estará querendo a sua aprovação, a sua aceitação? Pense nisso! Com todo o seu amor de mãe...

Conversamos longamente sobre o assunto. Comemos mais de metade do bolo e fiz café fresco umas três vezes.

Isso aconteceu há uns três anos. Ontem ela esteve em casa com seu novo namorado, contando que estão se preparando, os quatro, para uma viagem pela Europa. E quando voltarem, o filho irá morar com o companheiro em um apartamento que compraram juntos.

Antes que me esqueça: mandei preparar novamente o bolo de cenoura com calda de chocolate que ela tanto gosta. E novamente estávamos ouvindo Bach...

Sei que é extremamente difícil para uma mãe ver seu único filho tão diferente do que ela sonhou. Mas como não criamos nossos filhos para viverem os nossos sonhos, é importante entendermos que cada ser humano é único e deve viver sua própria vida, mesmo que seja totalmente diferente das nossas expectativas. Ela conseguiu atingir esse entendimento. E com isso, ficou mais fácil respeitar todas as diferenças entre eles, deixando que apenas o amor os guiasse.
Lembrete: já estou com novo texto no Palimpnóia, como faço a cada quinze dias. Prestigie-nos. Basta clicar aquí.


16/11/2008


ACENDENDO UM INCENSO DE ROSAS BRANCAS

(é bom para a compreensão, a tolerância e a paz)







- Sábado, três e pouco da tarde, num supermercado:

Estou tirando um carrinho para compras quando chega uma moça grávida com a linda filhinha pela mão. Ofereço o carrinho, a garotinha abre um enorme sorriso, diz "bigada tio" e sai, saltitante, com a mãe. Num dos corredores, cruzo com as duas e a garotinha, abanando as mãozinhas para mim, diz "oi, tio"...
Passando pelo setor de carnes, vejo a moça na fila e, por perto, a menininha conversando animadamente com um garotinho que aparentava ter a sua idade. No mesmo momento, uma moça com cara de poucos amigos puxa o garotinho e diz, bem alto "quantas vezes preciso dizer que não quero ver você conversando com essa gente?" A moça grávida chama a filha, segura sua mãozinha e ficam, caladas, aguardando sua vez na fila da carne.

Detalhe 1: mãe e filha são negras;
Detalhe 2: mãe e filho são brancos;
Detalhe 3: nada confirma ambas as maternidades. Eu apenas supus...

Existem coisas que me irritam profundamente. Uma delas é o preconceito. Qualquer tipo de preconceito.

Embora tenhamos sido criados num mundo onde ainda imperam discriminações geradas pela intolerância às diferenças, é passada a hora de nos conscientizarmos que a diversidade não nos diferencia como seres humanos. Nossas diferenças nos enriquecem, pois podem ser vistas como veículos de aprendizado e de integração.

As crianças, em geral, não se deixam guiar pelos preconceitos. Se gostam, simplesmente gostam. Ou não. Pronto! Fácil assim! Mas vão sendo moldados pelos pais, professores, sociedade. E de repente, são atacadas pelo vício milenar de separar as pessoas, seja pela cor da pele, formato dos olhos, religião, preferências pessoais e sexuais e tantas outras diferenças.

A garotinha crescerá sentindo-se discriminada pela cor de sua pele. E acabará criando seus próprios preconceitos, juntando-os aos aprendidos no meio em que vive. E o garotinho tem de tudo para tornar-se mais um racista prepotente e, talvez, veículo de outros tipos de preconceitos.

Que o aroma das rosas brancas traga tolerância e compreensão aos nossos corações. E que ajude a germinar a flor da paz.

09/11/2008

Adoção por casais homoafetivos

BLOGAGEM COLETIVA
(tema: adoção de crianças e adolescentes)
Esta postagem sugerida pelo Dacio e pela Georgia estará no ar durante toda esta semana. A lista de todos os participantes pode ser consultada e, para ler os demais textos, basta clicar sobre os links em qualquer um dos dois blogues.


ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS



Antes da Constituição de 1988, a família (base da sociedade) era considerada legal apenas quando oriunda do casamento entre um homem e uma mulher, diante do juiz de paz. E de preferência também diante de um altar e de um padre. Após 1988, passou-se a reconhecer também a união estável e a família monoparental, possibilitando a todos os cidadãos o direito à constituição de uma família, seja ela de forma natural, artificial ou por adoção.

A afetividade, sentimento que regula as relações familiares, é universal, portanto, independe da sexualidade das pessoas que a sentem e manifestam. Alguém pode afirmar que um indivíduo homossexual não possa sentir afeto por outros seres humanos, sem ser um afeto erotizado? Seria impossível um homossexual sentir amor e carinho por uma criança? Querer cuidar, proteger, prover, ser pai, ou mãe dessa criança? Até mesmo estas perguntas parecem carregar uma carga de preconceito, Pelo fato de estarem sendo feitas. Mas, infelizmente, se tornam necessárias numa sociedade onde os preconceitos se escondem, se omitem, se mascaram.

A institucionalização da família monoparental fortaleceu a tese de que o homossexual tem direito à adoção, já que a Carta Magna prega o principio fundamental da proibição a qualquer tipo de discriminação. Como a própria Constituição Federal prega que ninguém é ou pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, não é possível proibir ou coibir este tipo de adoção, para não ir de encontro ao direito da criança de ter um lar com afeto. Deve-se sempre levar em consideração o que melhor atende aos interesses do menor. E diante de tantos menores abandonados e carentes de afeto e cuidados, como proibir sua adoção por pessoas dispostas a suprir todas as suas necessidades? Seria melhor que mofassem nas instituições governamentais que as “guardam” como objetos sem valor, onde aprendem desde cedo a “se virar” ou a “se dar bem” para sobreviver? Não seria melhor colocá-las num lar, onde receberiam afeto, educação, seriam cuidadas, tratadas e teriam o seu desenvolvimento acompanhado, por dois pais ou duas mães?

O termo “união homoafetiva” foi criado em substituição ao termo “união homossexual”, pois evidencia o sentimento que permeia essa relação, o afeto. A proibição de adoção em função da orientação sexual dos pais ou mães adotivos fere o principio fundamental da dignidade humana. É impensável afirmar que esses casais poderiam influenciar na formação da personalidade da criança, pois jamais ficou provado esse tipo de influência. Diversos estudos e pesquisas jamais permitiram vislumbrar a possibilidade de ocorrência de distúrbios ou desvios de conduta pelo fato de alguém ter dois pais ou duas mães. Esse tipo de afirmação é revestido de preconceitos e, portanto, isento de legalidade.

A homossexualidade existe há milênios (talvez desde sempre), a exemplo de documentos da Grécia e da Roma antigas, entre muitos outros países, onde a homossexualidade era um fato natural, com os jovens sendo iniciados sexualmente por outros homens, mais velhos. O surgimento do cristianismo trouxe consigo a reprovação a essa prática, transformando-a em “atitude repugnante, antinatural”. Ainda hoje a Igreja continua lutando contra o reconhecimento desse tipo de união, embora em seu seio existam muitas pessoas vivendo relações homoeróticas e homoafetivas.

Até pouco tempo atrás, a homossexualidade era vista como doença, depois foi considerada um distúrbio de comportamento. Ainda hoje a medicina, a psicologia e outras ciências, estudam suas origens no sentido de responderem se é uma opção ou decorre de origem genética. A sociedade, entretanto, compreende a homossexualidade como uma condição natural, não apenas observada em todas as civilizações e em todos os tempos, como também bastante comum nos demais seres da natureza. Este não é um tratado a respeito da sexualidade, apenas um libelo a favor da adoção por casais do mesmo sexo ou pessoas homossexuais.

Os países nórdicos, mais liberais, já legalizaram as uniões homoafetivas, com direito a casamento e adoção, entre outros. Os países mais conservadores, como os muçulmanos, ainda praticam até a pena de morte para quem praticar esse tipo de relação. Já nos demais países, especialmente os do bloco ocidental, a homoafetividade vem sendo discutida, até com chances de aceitação e legalização. Enquanto isso cabe aos juízes, como por exemplo, no Brasil, o veredicto final sobre legalização de relações, direito a assistência médica, herança e, sobretudo, adoção.

Enquanto nos EUA, com seu governo ultraconservador, foi determinado que o casamento deva ser realizado apenas entre homem e mulher, no Brasil, onde os diversos tipos de preconceitos são camuflados pelo famoso “jeitinho”, ou fingindo não ver, muitas pessoas têm morrido violentamente em razão da sua preferência sexual. Enquanto outras, corajosamente, brigam na justiça pelo direito de adotar uma ou mais crianças. Alguns já conseguiram fazer valer os seus direitos na justiça, outros ainda aguardam as decisões. Mas, como bons brasileiros, não desistem dos seus sonhos, nem fogem à luta.

No meu entendimento, a união homoafetiva é uma entidade familiar, com todos os direitos e deveres das famílias formadas por um homem e uma mulher. Trabalhadores, consumidores, pagadores de impostos, de taxas, de tributos, em cascata ou não, os homossexuais podem, sim, unir-se ao alvo dos seus sentimentos e, com base numa relação estável e permeada pela afetividade, podem tirar dos orfanatos ou das ruas menores carentes de tudo, não supridos pelos seus familiares de sangue, muito menos pelo governo. Podem e devem ter a oportunidade de transmitir aos seus filhos adotivos valores preciosos para a manutenção da sociedade como respeito, honestidade, honra, cidadania e patriotismo, entre muitos outros. Ou será melhor deixar essas crianças entregues à própria (má) sorte, aprendendo a virar mais um bandido?

Fonte: artigo de Caroline Ramos de Oliveira, estudante do curso de Direito das Faculdades Jorge Amado.
A lista das adesões dos blogs está publicada tanto no Chega mais do Dácio quanto no Saia Justa da Georgia. Para ler os outros textos basta clicar sobre os links num dos dois blogues.


04/11/2008

ESTOU VOLTANDO!



Como sempre acontece comigo, de vez em quando fico meio atrapalhado com tantos compromissos assumidos, me perco em mim mesmo e acabo penalizando algumas áreas da minha vida. Geralmente aquelas que me dão maior prazer, como é o caso destas janelas.

Aí fico ciscando que nem uma galinha choca num galinheiro enorme e repleto de outros bichos. Não consigo tempo para escrever um texto, para visitar os blogues amigos e nem mesmo para responder os comentários deixados por aqui. E acabo sendo desatencioso com os amigos que tanto prezo.

Não pense que você é a única (ou o único) que deixa de receber minha atenção! As pessoas que estão por perto também acabam sendo deixadas de lado, e eu não gosto nada disso. Na verdade, como faço em casa, gosto de receber a todos com um sorriso saído do coração, os braços abertos e sem tempo estabelecido para isso.

Mas não é nada disso que tem acontecido há algumas semanas!

Por conta da última exposição do Aecio, cuja abertura aconteceu no último dia 29 de outubro, eu andei extremamente ocupado com os preparativos finais e sem tempo para nada, nem para mim mesmo. Com tudo isso rolando, recebi um telefonema de minha mãe avisando que meu padrasto estava hospitalizado e corria o risco de perder um dos dedos do pé. Ele é diabético, mas o pior nem é isso; é que ele está na primeira fase do Alzheimer e tem nos dado preocupações e um pouco de trabalho. Além do mais, ambos estão com 84 anos – minha mãe completa essa idade no próximo dia 13. Impossibilitado de sair daqui por conta dos preparativos para a exposição, fiquei monitorando a situação pelo telefone e passei uns dez dias trabalhando de 12 a 14 horas direto. Por conta de tudo isso, quando a exposição estava pronta e a situação no hospital sob controle (felizmente não foi desta vez que amputaram o dedo dele!), acabei tendo um probleminha que me levou para o hospital. É, amigos! Já não sou mais um rapazinho! E a pressão foi lá pras alturas! Mas agora está tudo sob controle.

Não fui para São Paulo! Nem para a abertura da exposição, nem para dar uma força para a minha mãe! A exposição é um sucesso, a pressão voltou para o normal e eu estou começando a respirar mais aliviado. Iria para São Paulo hoje, mas acabei deixando para a próxima semana, para poder estar com a minha mãe no dia do aniversário dela. Nada mais justo!

Enquanto isso, vou retomando minhas rotinas e prometo que, em pouco tempo, recupero o tempo perdido (ou não aproveitado), retomo as visitas e a atenção que cada um merece.

Até mais!